Sabia que eu atravessaria a rua arrastando os pés, como cão por baraço, de ombros vergados. Só uma pessoa me movia para que me lançasse naquele momento que me esperava, sem certezas do que encontraria. Tudo poderia decorrer tanquilamente ou azedar caso os disparos viessem certeiros, atingindo o meu único ponto fraco. Aí eu sabia que nem a minha brutal largura de costas me valeria. O meu autodomínio, a contenção, far-se-iam em mil cacos em segundos e a minha boca soltaria tanto que tenho calado.
Respirei fundo. Afinal seriam apenas umas horas e uns valentes tragos de vinho deixar-me-iam mais paciente, envolveriam numa certa dormência as expectativas e o receio de que tudo descambasse.
A dada altura levanto-me da mesa. Precisava de um cigarro. Abro a mala e pego no telemóvel num gesto irreflectido. Uma mensagem. Alguém pensava em mim. Alguém que durante o seu jantar, tranquilo, no seio da sua família feliz, se recordara de mim.
Uma frase curta que me fez saber que também eu estava ali entre eles, nos seus pensamentos. E foi como se uma estrela brilhasse mesmo diante dos meus olhos enquanto contemplava o céu na varanda onde fora esfumaçar e tomava fôlego para o segundo "round" daquela empreitava que se demorava como se os ponteiros do relógio, mais ébrios do que eu, não pudessem arrastar-se mostrador abaixo.
Respondi, apenas, na emoção que me atacava ameaçando um choro que não podia soltar:
- És o meu anjo da guarda.
O teu amor é a goiabada de um enorme rocambole...
ResponderEliminar"Marmelada de banana, bananada de goiaba
EliminarGoiabada de marmelo
Boneca de pano é gente, sabugo de milho é gente
O sol nascente é tão belo
Rios de prata, pirata
Vôo sideral na mata, universo paralelo
No país da fantasia, num estado de euforia
Cidade polichinelo
Sítio do Pica-Pau amarelo"
Beijinhos Hesseherre
AHAAAAAAAAA...Leste o Sítio do Pica-pau Amarelo?
ResponderEliminarMuito bom, doutor....