Um outro caminho. Um novo olhar. Da omissão. Do desapego. A contradição de outros dias quando pertencemos às horas apressadas e nos chamavam entre turbulências e abandonos.
Ocultam-se no tempo as palavras embuçadas. Jamais se nos revelarão.
E sempre, sempre, este confronto.
A transparência que aniquila tudo ao seu redor. Não há quem suporte a limpidez. A virgindade.
As promessas nascem no encanto do oculto. A chama consome-se em confidências. E no fim não nos enxergam.
E não sabemos. Não compreenderemos jamais o que nos veste de negro repelente. Assistimos impotentes ao desfecho adivinhado.
O recuo. A distância inconfessada. A nudez assustadora.
Repisa-se a história. Repetem-se os medos, fundados. Retoma-se a estrada sem destino e sem retorno. Aos poucos, empurra-nos para longe a neblina.
Tombam as mãos.
E de novo nos reerguemos, refazemos os dias e as horas, recuperamos sonos nos sonhos espatifados. E sabemos tão bem que destino nos aguarda. Nada tememos já.
Por isso, e só por isso, conseguimos regressar. Vivemos agora de certezas. É quanto nos basta para que não sintamos frio, nem medo. Recuperamos a coragem nos escombros da tristeza e a dor dá-nos alento para seguir conscientes de tanto que perdemos. Apenas não podemos duvidar. A incerteza é para nós a morte lenta.
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