Ao fim ao cabo o local onde vivo não é senão num "romance". Dava-lhe outro nome, mas no fundo é a mesma coisa. Nunca se materializará porque nunca o escreverei mas posso vivê-lo e viver nele. Aliás, é lá que tenho vivido. É lá que existo, que habito. Lá, passo os meus dias. Sou eu que escolho os personagens. Uns levo-os comigo, outros, entram assim de rompante, sem mais nem menos por ali a dentro e instalam-se e eu deixo-os ficar. Gosto da sua companhia. Se os quisesse criar não poderia, mas posso, contudo, pegar no que eles são, inserí-los no enredo que vou tecendo, permitindo que me acompanhem para onde quer que vá, que me encham os dias, que vivam comigo e em mim. São a felicidade que não encontro em nenhum outro espaço.
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