Quinta-feira. Quase meia-noite. Um calor denso, quase asfixiante. A cidade está silenciosa. Vazia. Expele uma calma funesta. De quando em quando chega o perfume da destruição em flocos de cinza. Restos das chamas debeladas pela coragem esvaída. Agrada-me este deserto, os sinais da esterilidade.
Sento-me na varanda. Só eu habito a cidade. Todos partiram e não avisto ponta de solidão ou abalos. Reergui-me dos entulhos. O vazio da cidade penetra a minha alma extinta. Emano a fetidez da podridão.
Desabitadas, a cidade e eu. Pertencemo-nos. Somos feitas da mesma substância, da mesma matéria tornada pó.
Sem comentários:
Enviar um comentário