Repito, diariamente, os mesmos gestos. Há anos que o faço. Pude ser feliz assim.
Hoje, contudo, abro aquela janela e sinto frio. Não posso entrar. Não lhe resisto.
Vem-me uma estranheza. Uma dor que não descansa. Que dói e dói a cada fôlego.
Permaneço na distância enquanto o meu corpo suporta a amargura, buscando, com saudade, a sombra indistinta do que foi.
Retiro-me em seguida, espatifada, prometendo não voltar até que o tempo cumpra a função que lhe cabe tornando pó todas as coisas em que toca, arrastando consigo, em bafejos, a tristeza que me zurze.
Não questionarei seja o que for.
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