quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Diário de uma louca

Se eu pudesse morrer hoje, morreria em paz, feliz até. Se eu pudesse morrer hoje, hoje seria o dia perfeito para morrer. Amanhã, talvez fosse já tarde. Porque hoje o sol está radioso e, contemplando o mar, buscando o infinito, descobri quem sou e não estou só. Acompanha-me a alma que me envolve e conduz para onde habitam as palavras. Sinto-as como as mãos que afagam os cabelos soltos. Escuto a sua melodia com a ternura de quem beija. Tudo o que vislumbro em seu redor tem os contornos do encanto. Achei-me nas emoções perdidas, num afecto que não toco e me acalenta.
Poderia morrer hoje, porque hoje sou feliz num outro corpo, encontro na sua felicidade a minha. Porque hoje sinto nos seus sonhos, os sonhos que perdi, no amor que é o seu, o que não encontrei em mim. Vagueio num espaço que não ocupo, que me preenche e me aquieta.
Poderia morrer hoje, porque o meu peito estremeceu soltando lágrimas e gritos de felicidade pela chama rubra de um amor fundo, escancarado para a esperança que se alarga em caminhos de azul pisando a página virada de um passado encaixotado.
Morreria, hoje, feliz, se pudesse, porque nada mais me aguarda. Conheci a sublimidade.

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