domingo, 11 de dezembro de 2011

Diário de uma louca

Um acontecimento recente acabou por me fazer reflectir relativamente à vida. Não raras vezes deixamos passar acontecimentos que, um dia, já é demasiado tarde para os reparar, e não temos forma de proferir quaisquer palavras...
Às vezes preciso anular o meu orgulho, jogo a minha teimosia pela janela mas "dormirei" o meu sono profundo, o mais profundo de todos os sonos, com a alma talvez menos pesada se é que a alma nos acompanha em tais sonos, tais voos ou tais viagens.
Quando alguém nos diz que podemos deitar-nos um dia e não voltar a acordar na manhã seguinte, isso tem que mexer connosco. Seja qual for a postura e a ideia que tenhamos sobre a vida e sobre a morte, o facto não nos pode deixar indiferentes. Mesmo sem temer a morte, mesmo sabendo que para morrer apenas nos basta estar vivos e que infalivelmente todos nós teremos o mesmo destino, o confronto, assim frio e cru, inevitavelmente sacode-nos. Temendo ou desejando essa tal manhã, que poderá não chegar amanhã, nem depois, fica-nos a sensação de que há coisas que teremos que fazer antes que seja demasiado tarde. Passamos a planear a nossa vida de outra forma. Não sei se isso faz com que passemos a ter pressa, mas faz certamente com que tenhamos vontade (ou será antes uma necessidade?) de todas as noites fazer uma ronda pela casa e verificar se tudo se encontra nos devidos lugares, se as gavetas estão arrumadas, se o nosso coração está preparado para deixar de bater, se a nossa alma vai lavada para onde quer que nos mandem.
"Não sendo nós merecedores de coisa alguma nesta vida, nem boa nem má", resignamo-nos talvez, ou talvez agradeçamos cada minuto que ela nos dá? Não sei. Não cheguei ainda a conclusão alguma sobre o assunto. Não sei sequer se quero pensar nele.

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