sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Diário de uma louca

Sigo cansada. Um cansaço que não sei de onde me vem. Há dois dias que dormito em todos os cantos, a toda a hora. Abro um livro e adormeço, triste, molinha. Tento puxar o gaiato para a rua, numa tentativa de espevitar, mas ele está entretido com as suas coisas, os amigos e não quer sair. Falta-me energia para insistir.
Talvez adoeça. Tenho frio. Sempre frio....
Enrosco-me no sofá e quero que os dias acabem. Nada se passa. Nada se ouve. Só os pensamentos não se calam, nem sossegam. Correm velozes em todas as direcções para onde não os quero seguir. Obstinados. Teimosos. Fujo para o lado oposto e eles barram-me o caminho, triunfantes, com um sorriso trocista, obrigando-me a seguí-los, arrastando-me à força. Resisto, debato-me, agrido-os ao pontapé mas nem mesmo assim me soltam. São eles certamente que me consomem todas as forças, roubam-me os sorrisos, levam-me a alegria, sugam-me de toda a maneira. Deixam-me prostrada, doente, sem fome, nem sede, nem nada. Seca. Mirrando um pouco a cada dia, querendo apenas dormir, cair no sono que tudo apaga e alivia. O meu corpo sabe que só dormindo me protege e me defende dos ataques que me chegam.

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