Tu fazes de conta que não te cansaste de mim. Finges por um bocadinho que eu ainda te faço sentir bem; que as minhas palavras te enchem de tanta coisa e eu faço de conta que não estou um bocadinho triste hoje. Que fazemos? Queres que te diga? Trocamos uns mimos. Eu enrosco-me no teu colo (prometo que não digo: " e de lá não sairei mais"), aninho-me de forma a ficar assim bem pequenina. Consigo sentir o cheiro da tua pele que me faz tão bem.
Tu, pões os braços à minha volta, seguras-me, aconchegas-me e contas-me o teu dia. Depois, eu conto-te o meu. Falo-te do meu trabalho, do cão e dos gatos. Conto-te como anda o meu coração, como se tem portado. Talvez te minta um bocadinho mas só para não ficares preocupado.
Num instante chega a hora de nos irmos embora. O tempo voou. O tempo sempre voou contigo. Nunca o tempo foi tão pouco senão contigo. Demasiado pouco.
Foi bom brincar ao faz-de-conta. Está na hora de dormir, agora. Vou certamente sonhar contigo na minha cama-mundo-cobertor-almofada e de manhã, bem cedinho, sabes o que faço? Ainda te lembras? Perfumo o teu oceano.
Bons sonhos Anjo meu de um dia.
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