Cumpri a minha função de fêmea. Pari. Pronto. Acabaram-se-me os cios, posso descansar. No meu corpo, só o meu coração manda agora. É muito melhor assim. Não há desassossegos, inquietações sem eco, nem destino. Não há lutas contra o desejo indesejado, nem luares, nem pores-do-sol incitando o acasalamento. As contradições esvaíram-se na infecundidade. Não encontro impertinências, tensões para libertar nos braços de um amante. Acabaram-se os amantes, as ânsias quase animalescas na busca de um sossego inconsciente. Que alívio! Estou livre para me fundir somente no corpo de um amor, se o encontrar.
Sou agora, apenas, um corpo tranquilo, sonhador.
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