Eu cresci no silêncio e no vazio da tua ausência e tu cresceste sob o sol do Verão no meio de pinotes, mergulhos e cambalhotas, sem regras nem horários, solto como um gato, feliz como um vagabundo percorrendo os dias ao sabor dos desejos. Cresceste tanto. Voltaste mais alto, sorridente e forte. Passas por mim sem saudades e segues em direcção ao teu quarto, determinado, com a urgência de quem traz uma tarefa para cumprir. Eu sigo-te e fico especada em silêncio a ver-te, de olhar caido, segurando o teu saco atulhado de recordações que eu não vivi. Tu mexes e remexes as tuas coisas. De quando em quando levantas os olhos para mim e sorris e só então sei que estás feliz por estar de volta. Já posso pousar o teu saco e as saudades. E regresso também eu a casa, à nossa casa.
Sem comentários:
Enviar um comentário