Um dia nasci. Não sei como foi. Mas foste tu. Rasguei o ventre que me guardava à tua espera. Abri os olhos, estava aqui, e tu comigo.
Ficaste nos meus passos, nas minhas veias, nos meus olhos, no meu sono e nos meus sonhos. Não sei por que me ocupas desta forma, me percorres; não sei por que te respiro, porque vives assim dentro de mim.
Talvez um dia te vás. Digo talvez com a certeza que o será. Sem que mo digas, saberei, porque te sinto. E quando fores, não te direi a minha dor. Vou gracejar, falarei de qualquer coisa, menos de tanta falta que me fazes; soltarei frases descabidas, calarei que não quero e não sei já estar sem ti.
E de novo nascerei. Reaprenderei a respirar, a caminhar. Logo, logo, não saberei o que escrever. Terei que encher este meu corpo de qualquer coisa, que não sei o que será, porque não sabia existir desta maneira antes de ti.
Se for forte, talvez parta eu antes que vás.
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