Conheço muitos silêncios. Os que valem muito e os que não valem nada. Os novos e os velhos, os tácitos. Os que são preciosos porque não precisam de palavras. Há olhos, lábios, mãos e corpos que falam por si. Há silêncios de desprezo, há silêncios de medo, há silêncios de vazio porque já não há nada para dizer. Há silêncios que fazem rir, silêncios que comovem, que enternecem. Silêncios que fazem chorar, que pesam, constrangem, sedutores, provocantes, provocadores. Há silêncios de certeza e de incerteza, que arrepiam. Há silêncios que doem, que nos deixam perdidos, à deriva, confusos. Há silêncios que o podem ser eternamente porque se fizeram voz e, então, deixam de doer. Onde estava a dor nasce uma flor, um sorriso. Deixam-nos saltitantes, aparvalhados de felicidade. Eu não sabia que há silêncios de mil cores, de mil ecos, tons e sons que os tornam música. Eu não sabia que há silêncios que nos fazem companhia, que olham para nós, que nos seguem e nos escutam, que podem gostar de nós. Nunca antes pensara que o silêncio pudesse ser uma forma de gostar. Nunca antes sentira que o silêncio tivesse tamanho significado. Nunca conheci tão belo silêncio.
Sem comentários:
Enviar um comentário