quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Despertar

As palavras assumem uma outra dimensão. A vida assume uma outra grandeza. Ao descobrir que amava, que queria sentir aquilo que sentia até ao final dos seus dias, descobrira também que queria respirar o ar que ele respirava, queria existir porque ele existia. Tudo à sua volta passara a ter outra cor, outro colorido, outro som, outro tom, outro significado. Era extraordinário aquilo que descobria dentro de si. Renascia, como se até então estivesse estado ausente, adormecida numa outra história, num outro mundo, numa outra vida, numa outra qualquer coisa que não era aquilo.....Os olhos com que via o mundo eram outros, e a forma como acordava de manhã era outra, e os gestos que usava nas coisas mais banais eram outros. Tudo assumia uma nova ligeireza, uma nova forma, tudo se posicionava numa outra postura. Aquilo que sentia era bom, trazia consigo uma sensação calmante e agitadora ao mesmo tempo....um constante movimento de opostos....Contradições. Uma paz e uma impertinência. Uma vontade tremenda de rebolar, de entrega, de amar e de ficar apenas ali, mão na mão, em silêncio, sentindo o pulsar da outra mão......O anseio de dar aquele abraço, um abraço especial que só quem ama conhece, que só se dá em certos momentos, um abraço que envolve, um abraço que prende sem apertar, que aperta sem prender, um abraço que abraça todo o ser e ao mesmo tempo solta toda a emoção contida no peito.

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